jeudi 19 juin 2014

Caralhologia : a ciencia do Caralho


Não são raras as pessoas que se interrogam frequentemente sobre a natureza do "caralho". Por ser o maior especialista do caralho no mundo, vou tentar explicar, ou melhor, desvendar os seus segredos. Uma grande salva de palmas, por favor. Muito obrigado !

Se dum ponto de vista estritamente literal, esta palavra designa os atributos sexuais masculinos, num aspecto lingüístico e cultural, ele preenche uma função muito mais ampla e vital.

É que podemos exprimir absolutamento tudo com o caralho. De facto as expressões baseadas no caralho são tão numerosas que é possível sustentar sem amolecer de qualquer modo, que ninguém pode afirmar dominar realmente a lingua portuguesa sem controlar o seu caralho. Por a razão adicional que o caralho permanece principalmente na região que viu nascer o idioma português, quer no Norte e na Galiza. Enquanto em Lisboa, é obvio que o caralho fica-lhes estranho, para não dizer estrangeiro. A tal punto que muitos são os Lisboetas que não se atrevem à falar dele.

Mas basta de conversas. é hora de levar o caralho à sério expondo a questão no seu mais simples aparato para vocês poderem brilhar em sociedade com este tema. Não me agradeçam pois o caralho é para ser partilhado.

Saibam antes de tudo que o caralho serve absolutamente para tudo, para marcar enfâse, para descrever o mundo, e mesmo para designar-se entre semelhantes. No entanto, dizendo as coisas da maneira a mais descarada que seja, posso ousar afirmar que o caralho não tem seu igual para exprimir emoções, isso até a sua menor nuancia. Sim, podemos avançar, sem hesitação nenhuma, que o caralho é de tipo emocional.

Assim, para descrever as coisas, um Portugalego pode dizer "é bonito como o caralho", ou ainda "isto é grande como o caralho", expressões que em função da localidade não significam necessariamente a mesma coisa. Por exemplo, na terra dos meus antepassados, onde os machos são conhecidos por terem um orgão bonito e majestoso, “bonito e grande como o caralho” leva conotações positivas. Enquanto em Lisboa, mais uma vez, leva exatamente a conotação oposta.

Outro aspecto do caralho. Para tentar convencer, um Português pode combinar o gesto e o caralho, dizendo por exemplo, "toma là caralho” ou "anda lá caralho”. O último exemplo vale para uma pessoa como para um carro, o seu último Windows ou qualquer outra ferramenta que se recusa à cumprir as exigências de um Nortenho.

Mas voltemos ao mundo das emoções, terreno onde o caralho dá a plena medida de suas imensas possibilidades. Sinto-vos surpresos. Calha bem. Começaremos pela surpresa.

"Mas que caralho", "olha que caralho", são usados para marcar a surpresa. O "ô que caralho", mais curto, permite perceber que a pessoa não tive tempo para interiorizar a sua surpresa. Dizemos então que é um caralho de reflexo. Em contraste, e em muito mais colorido, vocês podem encontrar o "essa foi do caralho" e "pintaram-me o caralho". Esta última expressão é usada, por exemplo, quando vocês vão para casa e descobrem com surpresa que os seus gandulos meteram a casa de cabeça para baixo em sua ausência. Uma expressão que também pode marcar um pouco de zangamento.

Jà que estamos no dominio da irritação. O "caralho" muito curto, batendo como um chicote, entregue com os dentes cerrados, já expressa esse sentimento muito bem. Em geral, indica uma raiva de origem indeterminada. Quando é dirigida contra alguém, pode dar origem à uma "vai pro caralho" ou um mais desenvolvido "vai pro caralho que te foda". Ou ainda um "vai mas é pro caralho" uma forma de enviar para o caralho que mistura raiva e cansaço. Não deve ser confundido com o "pôe-te no caralho", quando vocês mandarem alguém rezar duma forma nervosamente determinada. Expressão que é a contrapartida do "anda aqui meu caralho” marcado pela irritação e a impaciência.

O forma superior dum caralho irritado sendo o "me cague no caralho” que deixa facilmente imaginar o nivel de raiva ...

Chamar alguém de "cara de caralho" também marca um sentimento de irã misturada com o desejo de puxar a sua raiva até o confronto. No entanto, pode ser usado de modo amigável. Tudo vai depender do tom de voz. Na mesma linha poderão encontrar no Porto ou em outras localidades nortenhas, homens para se comprimentar com um « olha o meu caralho », « como vais meu caralho ». No Norte, o caralho é uma irmandade. Coisa que um habitante de Lisboa nunca sera capaz de entender, talvez por estar envergonhado de seu caralho.

Dado tudo isso, quando eu digo que o uso do caralho é uma arte, ou uma ciencia, é um facto.

Uma arte que vocês também podereis usar para marcar sentimentos amorosos, a esperança ou o cansaço.

O "que caralho me foi acontecer" pode certamente realçar o estupor frente à uma situação desagradável, mas também a consternação frente à paixão que lhe esta caindo violentamente sobre o canto do caralho. Mesma coisa com o "ando metido com o caralho".

Um "estou a espera do caralho" podera lhes ser replicado quando vocês depararem com um amigo que parece estar à espera de algo, ou dum evento que demora demasiado, ou da sua esposa (marido) definitivamente perdida (perdido) em bate-papos com as amigas (amigos).

A expressão de exaustão baseada no caralho, e concluiremos assim com ela, refere-se obviamente aos raros momentos de falha que pode deixar qualquer detentor de caralho nortenho em completa confusão, tão breve quanto seja essa falhinha . Assim, se por acaso um Portugalego lhes disser um dia "ando como o caralho (em baixa)”, é que ele vai mal, mas muito mal mesmo ...

Esse era o último segredo do "caralho". Agora vocês sabem tudo. Não abusem dele ou sim, abusem... mas isto fica com vocês...

Herman JoSIL Doutor em Caralhologia


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